sábado, 15 de maio de 2010

EM UM ANO CONSTRUÍ O MATADOURO PÚBLICO, ENQUANTO ELES, HÁ MAIS DE UM ANO, ESTÃO REALIZANDO APENAS UMA REFORMA


É incompreensível e inacreditável que ainda exista um governo, que ao ver o seu povo comendo “carne de moita" há mais de 18 (dezoito) meses, em virtude do fechamento do matadouro público que é da sua responsabilidade, não soluciona este problema simplesmente por falta de determinação e vontade política.

Todo cedrense lembra do antigo matadouro que a cidade possuía no bairro de Fátima, pequeno, inadequado e que incomodava a comunidade com os odores que exalavam do local.

Enquanto prefeito, adotei como missão prioritária a construção de um novo matadouro para Cedro, fora da sede urbana do município, na época, atendendo aos padrões técnicos da área de vigilância sanitária. Entreguei a obra à população no dia 20 de outubro de 1993.

Há mais de 14 anos que estão no poder e em todo este tempo o que eles fizeram pelo matadouro foi apenas pintá-lo, com as cores que identificam a sua gestão.

Parabenizo a iniciativa do estudante Leonardo Freitas de Paula, que encontrou apoio junto ao Ministério Público, para denunciar que animais consumidos pela população no mercado passaram a ser abatidos de forma clandestina, a chamada de “moita”, sem nenhuma fiscalização, pela precariedade das instalações físicas do matadouro local.

Em face da precariedade do funcionamento e agressão ao meio ambiente pelo matadouro público, a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) interditou administrativamente a unidade de abate. O Ministério Público Estadual ingressou com ação civil pública na Justiça local contra o atual gestor.

Outro agravante, de acordo com o laudo da Semace, são os dejetos e águas usadas despejados diretamente pelo matadouro no solo, escorrendo para o Riacho da Vaca Brava, desaguando no Riacho do São Miguel e poluindo as águas do Ubaldinho consumidas pela população.

Em janeiro de 2009, o descaso foi noticiado pela imprensa cearense, que mais uma vez, em janeiro de 2010, veiculou matéria semelhante demonstrando que a população continua convivendo com este problema e que a prefeitura, a passos lentos, não solucionou a questão.

O Conselho Regional de Medicina Veterinária detectou na época a falta de brete de contenção dos animais, precárias condições de estrutura externa e interna, paredes sem revestimento e piso danificado e permeável, contato da carne com o piso, ausência de mesa de inspeção sanitária e de um responsável técnico, fardamento, proteção e transporte inadequado. A conclusão é clara no sentido de que o matadouro não oferece as mínimas condições de funcionamento, razão pela qual foi interditado.

Como médico, vejo que o prefeito, por não ter solucionado de imediato o problema, continua expondo a população ao risco de contrair doenças que podem ser provocadas pelo consumo de carne de moita, entre elas, as parasitárias: cisticercose, toxoplasmose, fascíolas e hepática; as de origem bacteriana como a salmonelose e brucelose e a de origem viral, como febre aftosa.

É impossível acreditar que o prefeito, mantendo o matadouro fechado, está contribuindo para o favorecimento dos seus aliados, patrocinadores de suas campanhas políticas, os empresários de frigoríficos que trabalham com carnes de outras cidades e estados.

Enquanto isso os marchantes que abatem os bovinos, caprinos, ovinos e suínos do próprio município, estão sendo prejudicados pelo descaso, e conseqüentemente, pela falta de comercialização do produto.

Em minha gestão, para estes marchantes, construí um novo mercado público, espaço que proporcionava melhores condições de trabalho e atendimento à população.

2 comentários:

  1. Dr. Nilson, o caso do matadouro público é um dos inumeros exemplos do descaso do atual gestor com a saúde da população cedrense. Outro dia estava no restaurante mirante e avistei uma intensa nuvem de fumaça vinda do lixão em direção ao centro da cidade. A fumaça gerada pela queima do lixo contém dioxinas e furanos que são neurotóxicos com auto potencial cancerígeno. Atualmente é proibido a queima de lixo e já existe verba federal para as prefeituras instalarem aterros sanitários acabando de vez com os famigerados lixões. Esse caso do lixão do Cedro é mais um caso que deve ser denuciado ao ministério público por estar prejudicando a saúde publica das pessoas residentes na sede do município. Só pra citar um exemplo semenhante o ministério público fechou 18 cerâmicas no município de Russas por estarem gerando emissões atmosféricas dentro do perímetro urbano e afetando assim a saúde da população. Para tanto a Prefeitura de Russas irá realizar testes da qualidade do ar na sede do município através do laboratório de emissões atmosféricas do SENAI, onde estou trabalhando atualmente. Parabéns pelo blog, você é um cedrense que orgulha todos nós.

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  2. Em pleno 2010 os cedrenses amargam o descaso com a saúde local, consumindo carne bovina de procedência duvidosa causando assim sérios riscos a saúde dos mesmos.
    Isso tudo por motivo de uma visão arcaica do nosso atual gestor que com certeza não consome carne produzida em Cedro, assim é demais ............................

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