sábado, 10 de julho de 2010

CHITÃO PERDE TRADIÇÃO


O Chitão do Cedro, que sempre foi realizado no último sábado de junho ou no primeiro de julho, data que servia para marcar a confraternização entre as famílias da cidade e também para culminar os festejos do padroeiro São João Batista, perdeu a sua tradição no atual governo.

O Chitão teve origem há três décadas, realizado pela primeira vez em 1974, na gestão de prefeito do meu pai, o Dr. Obi Diniz (in memorian), na Escola do Senai, tendo como um dos idealizadores o meu sogro, Dr. Rubens Bezerra de Albuquerque (in memorian).

O evento ficou marcado pelo traje padronizado (homem com calça branca e camisa de chita e mulheres de roupa de chita). A primeira festa do Chitão, que foi um grande sucesso, foi animada pela Banda de Idelbrando, da cidade do Crato.

Comprovado o sucesso da festa de 1974, logo o Chitão de Cedro ganhou expressão regional, com picos no final da década de 80 e início dos anos 90, quando o meu antecessor, ex-prefeito José Batista Filho “Dois de Ouro” (in memorian), jovem de visão de futuro, incluía na programação como atração principal, grandes artistas nacionais, destacando em 1989, a presença de Alceu Valença, em 1990, Chiclete com Banana, em 1991, Luiz Caldas e em 1992, Jorge de Altinho.

Como prefeito, Dois de Ouro melhorou a estrutura do CSU com a construção de uma nova quadra social, banheiros masculino e feminino e bilheterias.

Ao assumir a administração municipal, em 1993, mantive o mesmo compromisso do meu antecessor com a cultura cedrense. Criei também dentro dos festejos juninos o Festival de Quadrilhas, e banquei a festa com recursos próprios do município, pois na época não tínhamos a Secretaria de Cultura do Estado e nem o Ministério da Cultura que pudessem nos ajudar a promover tão grande evento. No meu governo, botei a festa pra frente com atrações de peso, trazendo ao Cedro em 1993, a Banda Mel da Bahia, em 1994, a dupla Leandro e Leonardo. Em 1995, a atração baiana Cheiro de Amor & Márcia Freire, e em 1996, o forrozeiro Flávio José.

Hoje, lamento ouvir a equipe do atual governo dizer que não possui recursos para realizar o Chitão. Deveriam ser sinceros com o povo cedrense e dizer que não se programaram para esta finalidade e que não estão habilitados a receber verbas do Ministério da Cultura e da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará, uma vez que são órgãos sérios e que não destinam dinheiro para prefeituras que estão sendo investigadas pela Polícia Federal. A investigação passa inclusive pelo programa Garantia Safra, de grande importância para os trabalhadores rurais, que perderam as suas roças por conta da seca.

O CSU, que sempre acolhe o Chitão durante os 14 anos da gestão deles, não passou por nenhuma reforma ou melhoria. Sem visão de empreendedorismo e com o objetivo de acabar com esta tradição, nunca ergueram nesta unidade nenhum tijolo, apenas imprimiram uma marca com as cores da sua administração, além de mudarem o nome do prédio, como se estivessem fazendo algo de novo para a cidade.

Este governo, apesar de toda possibilidade de amparo, demonstrou desinteresse e falta de capacidade, enterrando a última cultura viva do Cedro. Como já foi anunciado pelo mesmo, a festa será realizada na segunda-feira, dia 19 de julho, quebrando uma tradição de antepassados e fechando as portas para os filhos ilustres ausentes, que retornavam para os seus locais de origem no domingo. Demonstrou ainda falta de respeito ao povo do Cedro, obrigando-os a participarem de uma festa em plena segunda-feira, e no dia seguinte, sem descanso, já ingressarem no trabalho novamente. Lembro-me das manhãs de sábado no dia do Chitão e do encontro que tínhamos na Praça da Matriz com os filhos que regressavam à terra de origem, apenas para prestigiar a festa. Também não me foge à memória a grande quantidade de ônibus da empresa Vale do Jaguaribe, que partia no domingo levando nossos conterrâneos e nos deixando tão grande saudade.

É importante afirmar que a festa do Chitão gerava riquezas para o nosso município, dando ao cidadão que trabalhava no evento a oportunidade de adquirir renda e investir em seu bem estar. Cedro perdeu uma grande oportunidade de investir no turismo, um dos segmentos que mais crescem nos últimos tempos.

Diante de tanto descaso para com o Chitão, resta para os cedrenses, que são os que fazem a história do Chitão, a única opção proposta por um governo que não visa a valorização da cultura e da história local do nosso povo.

Boa festa, se possível.

12 comentários:

  1. Parabéns pela excelente matéria onde mostra para os menos desavisados que o CHITÃO de Cedro não é simplesmente uma festa qualquer e sim uma tradição de décadas da comunidade cedrense,um ponto de encontro dos filhos de Cedro ausentes e das famílias deste Município e dos Municípios circunvizinhas.
    Parabéns pelo Blog que infoca assuntos de muito interesse da comunidade cedrense.

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  2. Verdade, so tenho 25 anos e lembro-me dos comentarios que o povo de varzea alegre fazia das grandes festas do chitão do cedro, acredito eu que o povo do cedro não é besta e não vai querer que o seu patrimonio se afunde mais ainda. Tem que haver uma grande mudança no cenario politico do Cedro. Parabens pela iniciativa das denuncias.

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  3. Concordo,
    a atual administração já mostrou diversas vezes sua falta de compromisso e competência nos diversos segmentos. A memória do povo cedrense está sendo apagada compulsoriamente, além da festa do chitão, momento de encontro das familias daqui, não podemos deixar de mencionar também a escola Hugo Rocha, uma das primeiras do município, com prédio tombado pelo patrimônio e que hoje foi liberada pela prefeitura para funcionar bares e casa de jogos de azar, numa completa afronta ao cidadão e à Lei. É a força do atraso.

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  4. Cultura é hoje sinônimo de fonte de renda para qualquer capital, estado ou mesmo município como é nosso caso.Há alguns anos os preparativos do nosso chitão era também uma importante fonte de renda e nela proporcinando um maior conforto da população local, pois tínhamos a certeza de uma semana com comércio promissor e agora uma festa que poderemos dizer até vulgar por falta de respeito do nosso governo, prejuízo grande.
    Cedro merece dias melhores.

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  5. Talvez o que falte o Cedro, sejaaquele homem de visão que um dia o Cedro já teve!

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  6. A QUESTÃO E QUE O CEDRO DE HOJE E GOVERNADO PARA TODOS E NÃO PARA "OS RICOS" .>

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  7. chitão agora e do povo não e mais como voceis queria aquela vergolha vendedo ate as entrada
    para os vereadores ! q feio nilson !!
    festa agora e do povo graça dr joão viana!!!
    evandro freire

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  8. Caro amigo Freire,
    Gostaria muito de lhe conhecer e repassar como se deu a festa do chitão desde a sua criação. Não sei de onde o sr. tirou essa conclusão ou foi influenciado por más "companhias" pois venho acompanhando o chitão há muitos anos e nunca ouvi falar que qualquer gestor de Cedro tivesse vendendo ingressos aos seus corregilionarios ou mesmo da oposição.
    Se informe um pouco mais e procure ser mais justo nas suas observações.
    Um abço.

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  9. Governado para todos?
    Só se for para todos do lado do prefeito que estão sendo investigados pela polícia federal por terem sidos beneficiados funcionários públicos, secretários e familiares destes no seguro safra, verba destinada para humildes agricultores.

    Seja realista caro amigo Sebastião.

    O chitão perdeu a tradição sim e não podemos tapar o sol com a peneira.
    Esse evento era dia de sábado. Ano passado foi dia de segunda-feira, impossibilitando que cedrenses que moram fora pudessem participar. Este simples fato já caracteriza a perda de tradição.
    E por fim, perdeu a tradição quando ñ trazem bandas de renome no cenário nacional, como Leandro e Leonardo, Alceu Valença e outros.

    Quando postamos comentários, temos que postar analisando os fatos, as realidades e não com olhar de paixão ou qualquer outro benefício que talvez recebamos.

    Sejam realistas.

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  10. AMIGOS.. e mais uma vez se repete esse msm cenário.. mais uma ano se passa e o CHITÃO.. SE VAI.. aos poucos.. né.. como se ver.. novamente em uma segunda feira.. não entendo..
    Mas queria muito que o povo acordasse desse sono profundo em que se encontram.. é a hora..
    Chega.. é tanta coisa absurda que a gente vê.. e fica por isso msm.. Eu não aguento mais.. tanta falta de respeito com o povo cedrense.

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  11. alguem tem o video da festa chitão cedro 1990 com chiclete com banana, tenho interesse!!!

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  12. Resido em Ji-Paraná-RO, sou neto de Rita Alves Diniz,e ,José Fernandes Teixeira do Cedro,Ce.Creio que somos parentes,meu pai Neneo Teixeira e minha mãe Nair Almeida e Silva Teixeira deixaram o Ceará em 1942.

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