Amigos cedrenses, mais uma vez a festa do Chitão será realizada pela prefeitura em um dia de segunda-feira, inviabilizando a participação dos filhos de Cedro que hoje residem em outras cidades e que ao longo de quase quatro décadas, sempre se programaram para participar desta ex-tradicional festa, que antes integrava as comemorações juninas em louvor ao padroeiro do nosso município, São João Batista. Era um momento único para a nossa gente, ocasião do reencontro de amigos, familiares e conterrâneos. O retorno dos visitantes, que sempre ocorria no domingo, era marcado pela saudade que levavam da sua terra de origem.
A festa do Chitão de Cedro era um acontecimento regional. Fazia parte do calendário cultural do Ceará. A estrutura, a organização e as grandes atrações do evento mostravam ao povo a potência da festa e divulgava a cidade e a festa do padroeiro do município, São João Batista.
Falamos dessa festa hoje com saudosismo. É uma pena que tenhamos que assistir a morte lenta de um evento que já foi grande e que tão bem representou a alegria e a criatividade do nosso povo.
A festa do Chitão deste ano, além de privar o direito de o filho cedrense ausente participar, sem nenhuma sombra de dúvida, perde boa parte do público da região que deixa de frequentar o evento.
A festa perde a sua tradição. Sai do interesse coletivo da comunidade e passa a atender, por capricho, os interesses políticos, e principalmente pessoais, do grupo do prefeito. Fica claro que não há interesse coletivo. A festa, que era de todos, agora é política e promove o grupo do prefeito, ao celebrar o dia 11 de julho, claramente alusivo ao número da legenda partidária à qual pertence o gestor municipal.
Há 4 meses o gestor faz festa com o dinheiro público, promovendo o dia 11, número que qualifica o seu partido político. Isso é uma forma de fazer propaganda política antecipada, tendo o gestor a desculpa de que está fazendo a promoção de lazer para a juventude. Agora, reflitam comigo: Esse é o mesmo prefeito que faz festa a cada dia 11 do mês, há 4 meses, e que justifica que a prefeitura não tem dinheiro para investir na infra-estrutura da cidade e nem para dar aos cedrenses o direito de preservar uma das maiores tradições do município que é a festa do Chitão.
Fica evidente que esse marco na cultura do povo de Cedro perdeu a atenção desta administração no seu planejamento, caracterizando a pouca importância dada ao cidadão, digo uma cidadania perdida.
Até quando os reais interesses do município de Cedro serão suplantados pelos interesses pessoais e/ou políticos?
Como os interesses políticos/pessoais maiores que os do município poderão devolver a auto-estima dos cedrenses?
Deixo em aberto essas indagações aos filhos de Cedro, e torcendo que esta agonizante tradição (a festa do Chitão) possa permanecer viva dentro de cada um de nós, e para aqueles que possam participar, que curtam da melhor maneira possível.